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19.6.11

PNL_D.Gonçalo a cavalo

A poesia tem uma casa
como as pessoas têm,
só que é diferente,
só que tem espaço
para todos quantos
nela querem entrar
com a terna alegria
de quem a vai habitar.
...
Casa da Poesia
José Jorge Letria


Viajámos no tempo e ficámos a conhecer as peripécias do rei D.Gonçalo através do poema "D. Gonçalo a cavalo". Explorámos o poema e trabalhámos as rimas.



Era uma vez um rei
chamado D. Gonçalo
passava toda a vida
montado num cavalo.
Com crinas se tapava,
dormia, que regalo,
até nascer o dia,
deitado no cavalo.
Comia no selim,
bebia do gargalo,
nem para fazer chichi
descia do cavalo.
País que ele pisasse,
era para conquistá-lo
com muita espadeirada,
galopando a cavalo.
Entrou na catedral
ao bater do badalo
quando se quis casar
montado no cavalo.
Mas a Dona Marçala,
mulher de D. Gonçalo,
não queria ser rainha
vivendo num cavalo.
Quando ele a quis beijar
ela lhe deu um estalo -
caiu el-rei Gonçalo
abaixo do cavalo.
De tanto cavalgar
no rabo tinha um calo
e as pernas eram tortas
com forma de cavalo.
Já não sabia andar.
Pegou nele um vassalo.
Que havia de fazer?
Montou-o no cavalo.

Maria Luísa Ducla Soares, in Poemas da Mentira e da Verdade

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